Os textos desse blog são, dentre tantas coisas que as palavras podem ser, possíveis falas de várias personagens; não são incoerentes, portanto, posto que apresentam variados "egos". Não separei as personagens por nomes por ainda não estarem suficientemente delineadas na minha mente. Espero que um dia estejam! Mesmo em primeira pessoa, quase nunca os textos serão reflexos meus, porém, certamente, tratarão de emoções; e mesmo que essas emoções não me pertençam, certamente elas pertencem a alguém, me sendo esse fato motivo suficiente para tentar retratá-las. Caso alguém sinta o impulso de, além de ler, comentar, renda-se a ele! Usufrua !

Desde 2009, e possivelmente antes disso, essas sao as vozes na minha cabeça, ou na cabeça dos outros, ou talvez na sua; tanto faz ...

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Réveillon Morno



Há uns 13 anos eu passei um réveillon bem mais ou menos.
Uma chuva torrencial, um calor miserável. Sem música, sem festa, acho que até luz faltou por alguns minutos.
3 pessoas nada animadas com réveillon, Ano Novo, Boas Festas, ou qualquer merda dessas.
Determinado momento da noite apareceu uma antiga vizinha toda ensopada pela chuva, coitada.
Assistimos todos à queima de fogos pela TV, nada mais deprimente!
E a noite passou, como todas as outras, à exceção da comida diferente.
O fato de estarmos juntos, apenas nós, num réveillon foi um acontecimento improvável.
Talvez ninguém quisesse passar a data conosco, ou talvez nós não quiséssemos estar com os outros.

Lá pela 1 da manhã a amiga da família foi embora e minha avó foi dormir.
E ficamos eu e meu avô na sala, conversando sobre algo que não consigo lembrar.
Reconstruir nossa imagem e som no sofá conversando é um filme que minha mente tenta sem muito sucesso produzir.
Eu vejo uns borrões, às vezes um pouco mais claros; escuto uma voz, mas sem distinguir palavras.
Essa passagem me ficou oculta durante anos e agora às vésperas de mais um réveillon ela simplesmente saiu do lodo comum da minha memória rumo à superfície.


Sei que foi um réveillon morno que nunca mais se repetirá e a tragédia da vida é que lamento profundamente isso. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Retomando

centro de Nova Iguaçu em dia nublado, por esposomeu



Entao, não sei quanto tempo faz que apaguei todas as postagens do blog e só deixei o texto O verbo ser.
Mas o que estou pensando é que o movimento de atualizar o blog talvez sirva de estímulo a voltar a escrever com maior frequência e assim, talvez algum dia, surja algo que preste. 

 

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O verbo ser

Somos o tipo de pessoa sentimental ao extremo; o tipo que sente saudade de tudo o que aconteceu, do que poderia ter acontecido, e do que simplesmente era apenas imaginação. Estamos sempre presos a algum sentimento egoísta; estamos nos condenando sem perceber. Somos os idiotas com um vazio no peito que nunca poderá ser preenchido. Procuramos, procuramos, mas parece que não queremos encontrar as respostas; é essa procura que faz com que nossa vida tenha sentido; somos fracos demais para viver na claridade. Por isso, somos os idiotas nos escondendo no medo; habitando os pensamentos carentes dos outros. Estamos sempre correndo dos nossos desejos receosos de que eles nos dominem. Somos a verdade através da mentira quando não pode haver verdade senão através dela mesma. Somos vampiros famintos e decadentes em busca de qualquer sangue ralo, qualquer prazer momentâneo ou insuficiente simplesmente por medo da dor de ficarmos sozinhos; somos o tipo que acha que companhia é sempre bom. Somos os ilusionistas que tentam precariamente dar ao mundo uma cor viva que ele jamais poderá ter. Somos os soldados de uma guerra injusta da qual sabemos que sairemos mortos e sabemos que merecemos tal destino. Somos o centro do universo alheio; estamos cheios de atributos e qualidades inúteis. Somos um sonho, mas que tipo de sonho? Talvez não sejamos tudo isso, mas o que disso tudo nós somos?

"Somos quem podemos ser ... Sonhos que podemos ter ..." 
Engenheiros do Hawaii